CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal


OCCUPY THE JUSTICE DEPT (2)

As actividades de solidariedade com Múmia Abu-jamal no dia 24 deste mês ocorreram por todo o mundo . Juntamos notícias e fotos de iniciativas na Alemanha, Brasilk, México e Holanda .

Alemanha - Manifestação pela liberdade de Mumia Abu-Jamal reune
centenas de pessoas em Berlim

Centenas de pessoas fizeram um acto público alegre e barulhento neste sábado (21) pela liberdade do jornalista radical e preso polí­tico afro-americano Mumia Abu-Jamal nas proximidades da Embaixada dos Estados Unidos na Porta de Brandemburgo, em Berlim.

Com faixas, panfletos e um carro de som os manifestantes também pediram a abolição da pena de morte, o fim do encarceramento em massa e a libertação dos presos polí­ticos nos Estados Unidos e em todo lugar.

O evento contou com a participação do afro-americano Harold Wilson, que viajou até Berlim para falar sobre suas experiências no corredor da morte, o significado polí­tico da pena de morte nos Estados Unidos, das lutas dos presos para sobreviver ás condições carcerárias, do racismo nos tribunais americanos e como ganhou a sua liberdade em 2005. Harold passou muitos anos no corredor da morte com Mumia, na Pensilvânia.

Fotos do deste evento :
› http://www.flickr.com/photos/neukoellnbild/sets/72157629504005496/

Brasil] - Em Fortaleza, manifestantes exigem libertação de Mumia Abu-Jamal!

Ocorreu em Fortaleza, pela manhã e tarde de ontem (24 de abril), um acto público pela libertação do jornalista radical afro-americano Mumia Abu-Jamal. Pela manhã a intervenção aconteceu próximo ao Centro da cidade, em frente ao Instituto Brasil Estados Unidos (IBEU), local reconhecido pelo governo americano como promotor da cultura dos EUA no Ceará.

No decorrer da manifestação foi realizada uma oficina de confecção de cartazes, que foram fixados nos muros do IBEU e em frente ao local, onde os manifestantes ficaram por algumas horas em vigília. Algumas das frases contidas nos cartazes dos manifestantes e entoadas como palavras de ordem: “Libertar Abu-Jamal e destruir o capital!”, “Milhões por Mumia!”, “Abolição da pena de morte!”, “Free Mumia”, “Pela libertação de todos os presos políticos!”. No mesmo local, os manifestantes distribuíram panfletos para os passantes, com um texto denunciando as injustiças no processo de Mumia e contando sua história de mais de trinta anos de luta e resistência. Foram apresentadas músicas em homenagem a Jamal, em voz e violão.

Pela tarde, os manifestantes se dirigiram em caminhada até a Agência Consular Americana em Fortaleza, há alguns quilômetros do IBEU, a fim de entregar uma carta denúncia à Agente Consular norte-americana responsável, mas ela não se encontrava no local....
Neste momento estão ocorrendo várias ações em solidariedade a Mumia nos EUA, Canadá, França, Alemanha, Brasil e em outros lugares do mundo. Daqui do Ceará, Brasil, estamos nos organizando em uma articulação de solidariedade a Mumia Abu-Jamal, juntamente com alguns movimentos, organizações, grupos e indivíduos autônomos que são sensíveis ao caso, com todos e todas que são contra a pena de morte, as perseguições políticas de toda ordem, o racismo e todas as formas de discriminação e opressão. Estamos com todos que são contra a ordem social que persegue, prende e mata quem ousa falar e lutar contra o capitalismo e seus meios de exploração e opressão. Estamos juntos pela libertação imediata de Mumia Abu-Jamal! E com vistas à libertação de todos os presos políticos!

Denunciamos ao mundo e exigimos do governo dos EUA, juntamente com outras pessoas em outras partes do planeta, a libertação de Mumia Abu-Jamal!

VIVA O 1º DE MAIO, DIA DE LUTA CONTRA O CAPITALISMO !



Este 1 de Maio vamos sair à rua, em Setúbal.
Depois da brutal repressão policial do ano passado, e no duro contexto
social em que nos encontramos, era inevitável voltar a sair e não
ceder ao medo que nos querem impor.
Os racistas e fascistas do PNR anunciaram também uma manifestação de
provocação contra as ideias do 1º de Maio e contra a tradição
anti-fascista da cidade de Setúbal. A PSP tem desenvolvido uma
campanha de assédio e intimidação, com demonstrações da sua violência
autoritária,  com vigilância ostensiva,  revistas, insultos,
humilhação e identificação de pessoas que se encontram em acções de
divulgação da manifestação, e inclusive , por duas vezes, a apreensão
de cola, baldes, trinchas e cartazes.

Torna-se necessário perante este cenário declarar que:

-Não vamos ceder às manobras intimidatórias das forças de desordem,
nem às manobras provocatórias dos fascistas. Esta manifestação vai
realizar-se de uma forma ou de outra.
-A concentração Anti-Capitalista e Anti-Autoritária terá inicio às
13:30 no Largo da Misericórdia e não vai alterar ou modificar um
milímetro que seja  qualquer uma das suas motivações, propósitos e
percursos por causa da provocação fascista marcada para as 16:00h,
aparentemente em novo local, na praça du Bocage, em frente à Câmara
Municipal.
-Estamos a convocar uma manifestação, não estamos a convocar um motim,
nem um fight club. Gostamos muito da nossa cidade e não temos nenhuma
intenção em destruí-la. Para fazer isso já sobram capitalistas.
-Mas também sabemos que enquanto formos ingénuos, desorganizados e mal
preparados corremos grandes riscos. Não vamos entregar ninguém aos
lobos. Estamos e estaremos sempre prontos a defender a integridade
física de todos os manifestantes. Isso faz-se de forma activa, não
passiva. Com inteligência e determinação.
-Não é nem nunca foi um papel que protegeu alguém da violência
policial, ou da violência fascista. Hoje, como ontem, tudo o que
tivermos que ganhar será pelas nossas mãos, não a troco de
autorizações. Hoje, como ontem, ninguém nem nenhuma instituição nos
dará a liberdade, a justiça social ou a justiça económica.

De resto esperemos que seja um grande dia onde cumpramos o nosso
objectivo: sair à rua com todos os que estão fartos da miséria e
querem melhor; deixar claro que não nos chegamos para trás; e chegar
ao final duma manifestação comunicativa e combativa sem que os
desordeiros do costume ( polícia ) consigam travar mais uma iniciativa
popular. Estão todos convidados à aparecer.

Mantenham-se atentos às várias informações de segurança e legais que
se publicarão nos próximos dias.
Rebeldes e organizados, nós damos-lhe a crise...

TODOS A SETÚBAL.
 Terra Livre           29 de Abril de 2012

OCCUPY THE JUSTICE DEPT

Dia 24 de Abril, foi o aniversário de Mumia, fez 58 anos de idade, 30 dos quais foram passados em isolamento no corredor da morte no estado da Pensilvânia. Sob uma falsa acusação de ter provocado a morte de um polícia em 1982, foi condenado por um tribunal que lhe negou os mais elementares direitos: impôs-lhe um advogado incompetente, ouviu depoimentos obtidos sob coacção e aceitou provas forjadas, incluindo uma "confissão" que só a polícia ouviu. Dessa farsa resultou a sua condenação à pena de morte e foi colocado de imediato no corredor da morte, as instalações onde os condenados à morte esperam pela execução...Uma grande mobilização verificou-se a nível mundial exigindo a libertação de Mumia e a reparação das muitas e graves injustiças que são diáriamente cometidas contra os presos políticos, os imigrantes, os pobres e os injustiçados sociais em geral.












7 EXIGÊNCIAS :











1. Libertem Mumia.                                             
2. Fim ao encarceramento em massa.
3. Trabalho sim, prisão NÃO.
4. Fim ao encarceramento nas solitárias
    e fim à tortura.
5. Fim da pena de morte racista.
6. Tirem as mãos de cima dos imigrantes.
7. Liberdade para os presos políticos.





EUA - Washington D.C.: Manifestação de apoio a Mumia Abu-Jamal
reune cerca de mil pessoas
Cerca de mil pessoas se manifestaram nesta terça-feira (24) na
frente do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e nas
imediações da Casa Branca, em Washington D.C., para exigir a
libertação do jornalista e activista Mumia Abu-Jamal no dia do seu
aniversário de 58 anos. A polí­cia prendeu pelo menos 28 activistas
que ocuparam uma a €œzona proibida€ da Casa Branca.
Num palco improvisado, membros de várias organizações criticaram
o encarceramento em massa, a pena de morte, o encarceramento em
solitária e a tortura, a criminalização e as detenções de
imigrantes, a corrupção policial e judicial. Seguiu-se um momento
cultural-polí­tico com poesias, cantos e apresentações de grupos de
hip-hop e reggae.
A memória de Martin Trayvon igualmente foi invocada no evento.
Martin, jovem negro de 17 anos, foi morto por um vigia voluntário
em 26 de fevereiro passado, em Sanford (centro da Flórida), quando
voltava para casa após comprar doces.






Acção de solidariedade na Holanda - Amesterdão

Liberdade para Mumia JÁ !

Es.Col.A alvo de despejo em accão policial/C.M.Porto




A polícia despejou hoje no Porto o projecto Es.Col.A. após mais de um ano de actividade social, com iniciativas em prol da população da Fontinha e da cidade.
A polícia prendeu 3 pessoas, usando a violência e a intimidação sobre os presentes no local e aos que acorreram a solidariezar-se.
A Câmara Municipal do Porto, ao não ter cumprido com o acordado, está a tentar matar algo que reabilita a zona do centro do Porto e que tem o apoio da população.
O Es.Col.A não será nunca despejado, porque não se pode despejar uma ideia.

Acções de solidariedade e repúdio estão a decorrer na cidade do Porto, junto à Câmara Municipal e em Lisboa no Largo S.Domingos na Baixa de Lisboa
Solidariedade activa com o Es.Col.A

Adri Nieuwhof e John Dugard sobre os presos palestinianos



Adri Nieuwhof resume a análise feita por John Dugard, antigo enviado especial para a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados, sobre a situação dos presos palestinianos por ocasião de uma reunião internacional das Nações Unidas realizada no fim da semana passada em Genebra:

A delegitimização dos prisioneiros políticos Israel não reconhece os palestinianos envolvidos nas actividades de resistência contra a repressão israelita como combatentes, opositores ou presos "políticos". Para evitar de dar alguma legitimidade à sua causa, eles são tratados como "terroristas", criminosos comuns ou então como detidos securitários.

O regime sul-africano tratou Nelson Mandela, assim como os outros presos políticos do seu tipo, de maneira parecida. Para além disso, Israel recusa aos seus presos políticos qualificados de combatentes, o estatuto de prisioneiros de guerra. Nem sequer reconhece que existe um conflito entre o Estado de Israel e o povo palestiniano que exerce o seu direito à autodeterminação e à independência. Os presos de guerra não podem ser tratados e punidos como criminosos comuns. Pelo contrário, eles podem ficar retidos até ao fim das hostilidades, devendo depois ser libertados e repatriados.

O estatuto de prisioneiro de guerra é aplicável a qualquer membro de um grupo organizado no combate "contra o domínio colonial e a ocupação estrangeira, e contra os regimes racistas que impeçam o exercício do seu direito à autodeterminação", segundo o artigo adicional das Convenções de Genebra de 1949, o "artigo primeiro". O povo palestiniano tem o direito à autodeterminação, uma vez que está submetido à ocupação estrangeira e a um possível domínio colonial. A luta entre a OLP, enquanto movimento de libertação nacional e Israel deve ser reconhecida como um conflito armado internacional onde as Convenções de Genebra devem aplicar-se. [...]

Os combatentes da liberdade palestinianos não são criminosos[...] Se os combatentes palestinianos fossem detidos como prisioneiros de guerra, eles seriam-no até ao fim da ocupação, o que poderia durar muitos anos. Eles seriam libertados ao mesmo tempo que as pessoas condenadas pelos tribunais militares israelitas e vistos por Israel como criminosos. Assim sendo, as implicações práticas do estatuto de preso de guerra não são significativas.

No entanto, as implicações simbólicas ou políticas da condição de preso de guerra são importantes. Os presos de guerra não são tratados como criminosos mas como adversários dignos de um conflito militar, combatentes da liberdade, envolvidos numa guerra pela autodeterminação, cujos direitos são reconhecidos e determinados pelo direito internacional.

Os tribunais militares Sob o apartheid, os combatentes do ANC era julgados segundo a lei penal. Tais processos deram oportunidade aos militantes de se confrontarem com os seus adversários e de expor a sua causa num processo político. No apartheid da África do Sul, assim como na Namíbia, os militantes utilizavam o processo político para um bom fim. Habilmente defendidos por advogados competentes e simpatizantes da sua causa, em tribunais civis abertos ao público e na presença da imprensa e de observadores estrangeiros, eles exploraram as regras do procedimento de evidência a favor da sua causa política. A história do apartheid está cheia de processos políticos que evidenciaram a estatura dos defensores ao exporem a repressão e a discriminação.

A maioria dos combatentes palestinianos são julgados por tribunais militares, apesar da preferência do direito internacional humanitário para a imparcialidade dos tribunais civis. Os tribunais militares destinam-se a ser a excepção e não a regra, de acordo com a Convenção de Genebra. Esses tribunais são dirigidos por juízes militares sem independência e posicionados em alturas inacessíveis, por vezes à porta fechada, aplicando uma lei militar inacessível, respeitando pouco as regras de um processo regular.

Em geral, os militantes palestinianos não têm sequer a possibilidade de confrontar a potência ocupante perante uma audiência pública e perante juízes imparciais que aplicam a lei regular.O regime israelita assassina os seus opositores

Os que se recusam a aceitar a comparação do regime repressivo de Israel nos territórios ocupados da Cisjordânia e da faixa de Gaza com o do apartheid, proclamam orgulhosamente que pelo menos os presos políticos palestinianos não são executados e que Israel é um Estado que aboliu de facto a pena de morte. É verdade que o apartheid sul-africano executava prisioneiros políticos depois de eles terem sido julgados por tribunais civis e não militares, em processos onde eram aplicados procedimentos legais apropriados.

Mas foram mortos muitos mais palestinianos em assassinatos cirúrgicos de combatentes que homens executados judicialmente por crimes políticos na África do Sul. Israel não é um Estado abolicionista. É um Estado que pratica a pena capital de maneira arbitrária e caprichosa, sem nenhum julgamento.

Embora as condições dos presos palestinianos sejam cruéis e desumanas, embora os processos que os mandaram para a prisão sejam injustos, e embora as denominações utilizadas a seu respeito sejam especialmente humilhantes, tais como "criminosos" ou "terroristas", não deveríamos esquecer que os presos palestinianos são os mais sortudos. Esses, pelo menos, não foram assassinados como alguns dos seus pares por um regime que elimina os seus opositores sob o eufemismo de "assassinatos cirúrgicos".

Fonte: Electronic Intifada

Festival dos Cravos

1600 prisioneiros palestinianos entram em greve de fome



TSF publicado a 2012-04-15

Cerca de 1600 prisioneiros palestinianos em Israel, mais de um terço do
total, irão entrar em greve de fome a partir de terça-feira, disse hoje à
AFP o ministro palestiniano dos Prisioneiros, Issa Qaraqae.
«Cerca de 1600 prisioneiros palestinianos começarão terça-feira uma greve de
fome, para reivindicarem melhores condições prisionais, e nós preparámos um
programa nacional de solidariedade para com eles», afirmou o ministro
palestiniano.

Terça-feira é do Dia dos Prisioneiros Palestinianos e coincide com a
libertação de Khader Adnane, que bateu o recorde de estar 66 dias em greve
de fome.

Atualmente dez prisioneiros, todos detidos administrativamente, estão em
greve de fome nas cadeias israelitas, segundo o Clube dos Prisioneiros
Palestinianos.

A porta-voz da administração penitenciária israelita, Sivan Weizman afirmou,
por seu turno, estarem seis presos em greve de fome.

Dois deles, Bilal Foab, 27 anos, e Thaer Halahla, acusados de ligações à
Jihad Islâmica, recusam alimentar-se há 48 horas, estando o seu estado de
saúde a preocupar os médicos.

Angola - Violação constante de direitos humanos

Entrevista de Filomeno V. Lopes à Voz da Alemanha:

07.04.2012

Após cirurgia na Alemanha Vieira Lopes fala sobre situação crítica em Angola
Na sequência de uma agressão de que foi vítima na capital angolana, Luanda, Filomeno Vieira Lopes, secretário-geral do partido da oposição Bloco Democrático, viajou à Alemanha, onde foi submetido a uma operação médica.

No último dia 10 de março, um grupo de civis armados com catanas, barras de ferro e cabos elétricos espancaram vários cidadãos que o grupo presumia pretender realizar manifestações contra o Governo – tudo isso perante a passividade de agentes da polícia angolana. Um dos feridos no incidente foi o economista Filomeno Vieira Lopes, cujo espancamento provocou a fratura de um braço em três locais, um golpe profundo na cabeça e ferimentos por todo o corpo.

Em entrevista à DW-África, Vieira Lopes disse que saiu de Angola para fazer uma operação de rápido restabelecimento, e pricipalmente para conseguir repousar em segurança.

DW África: A operação já foi realizada?

Vieira Lopes: A operação já está feita. Estamos numa fase em que ainda não retirei os pontos. Também tenho que fazer fisioterapia e ainda não recuperei a mobilidade completa, nem na mão direita nem no braço direito. É algo que demora o seu tempo e, portanto, eu devo estar aqui mais algum tempo para uma recuperação controlada.

DW África: E por que saiu de Angola para fazer um tratamento, temia pela sua vida?

VL: Eu confio muito nos médicos angolanos e confio bastante nas instituições angolanas. Mas a análise do Bloco Democrático sobre os acontecimentos é de que efetivamente houve uma tentativa de assassínio frustrada, que pudesse prosseguir nesta senda através de outros processos. Por outro lado, houve também certa pressão da família, que me queria ver de alguma forma a ser tratado em um sítio onde pudesse gozar de alguma tranquilidade.

DW África: Já tem data para voltar a Angola? E será que regressa de forma tranquila, sem medo, para realmente enfrentar o país da forma como está?

VL: Eu não tenho ainda data marcada, mas com certeza meu regresso será em breve. Vou voltar logo que esteja em condições físicas.

Nós assumimos a posição política que assumimos e não podemos ter receio daquilo que está a acontecer. Angola tem uma história muito triste deste ponto de vista. Estamos em um ponto fundamental no país: se há ou se não há democracia, se é um país que caminha ou não para as liberdades fundamentais. E, portanto, nós vamos prosseguir naturalmente este combate com as consequências que isso possa implicar.

Sabemos que o ambiente é mau, que há uma predisposição daqueles que estão no poder de o manterem de qualquer maneira. Mas, natualmente, o povo angolano merece consideração e achamos que o povo angolano vai ser capaz também de atravessar esta fase muito difícil da sua existência. Vamos conseguir, com o tempo, transformar essa paz militar em paz social.

DW África: Filomeno Vieira Lopes foi espancado e daí a presença aqui na Alemanha para fazer esse tratamento. Tudo isso aconteceu de forma muito rápida, e confirma que sofreu fraturas no braço em três locais, para além de ter sido espancado na cabeça como se viu nas fotografias?

VL: Exatamente. Isto foi um grupo de civis que, com todos os indícios, está associado à polícia. A polícia vai ter que esclarecer por que razão não tomou nenhuma atitude. E já tinha havido um precedente em que a polícia juntamente com esse grupo tinha atuado de forma conjunta e complementar.

Pelo próprio tratamento institucional que este grupo tem tido na comunicação social, pelo menos parte dela, e pela audição que se faz dos fatos, tudo isto mostra que efetivamente há uma concordância entre a polícia, a política e também os grupos que se apresentam para se fazerem de contra-manifestantes.

DW África: Mas precisamente a polícia angolana anunciou, 24 horas depois do acontecimento, que iria investigar o sucedido. Até hoje não houve resposta?

VL: Em primeiro lugar, foi uma comunicação forçada pela imprensa e, por circunstância ou por pavor, [a polícia] disse isso. Não há nenhum comunicado oficial, formal, escrito, carimbado pela polícia a assumir a investigação e, pelo que sei até agora, nada saiu. A polícia está efetivamente à espera que o Bloco Democrático faça uma queixa, para depois tentar encontrar um conjunto de argumentos.

DW África: Ao que tudo indica, o quadro não será brilhante durante a campanha eleitoral para as presidenciais em Angola. Como é que encara esse futuro próximo?

VL: Com bastante preocupação. Digamos que o presidente da República e sua equipa têm tido um papel extremamente negativo no desenvolvimento da democracia em Angola. Querem facilitar a fraude eleitoral, e nós já vínhamos numa situação em que não tínhamos boas leis para as eleições. A Constituição não é suficientemente aberta do ponto de vista das eleições. A lei eleitoral também não é a melhor lei, basta dizer que as pessoas no exterior não votam. Tudo isso foi discutido à revelia da opinião pública.

Nós não temos uma comunicação social que dá voz a toda a gente. Temos uma comunicação social que cerceia as liberdades da oposição por um lado, e por outro temos uma comunicação social manipuladora e oficial.

E também há a ação da polícia que tenta impedir o desenvolvimento das campanhas e mesmo da intervenção política normal dos partidos políticos. Temos uma administração que está preparada para obstaculizar todo o processo burocrático de desenvolvimento da campanha. Não é exatamente um ambiente saudável.

Está a criar-se uma situação segundo a qual, depois da altura do voto, tudo pode acontecer para que a fraude se passe. Portanto nós não estamos bem em Angola.

* Clique abaixo para ouvir a entrevista na íntegra.

Entrevista: António Rocha
Edição: Francis França

http://www.dw.de/popups/popup_single_mediaplayer/0,,15863262_type_audio_struct_2978_contentId_15863194,00.html

A Lufthansa viola o direito internacional



Várias dezenas de passageiros que tinham comprado um bilhete de avião para estarem em Telavive neste domingo 15 de Abril foram avisados no dia 12 pela companhia aérea Lufthansa que a sua reserva estava anulada “por ordem de Israel”.

« Israel estabeleceu uma lista de nomes de pessoas às quais este país proíbe a entrada. O seu constada lista, o que nos leva a anular o seu bilhete e a re-creditar o seu cartão bancário», declararam os funcionários da Lufthansa aos passageiros.

Não podendo discernir, nas listas de passageiros previamente transmitidas a Israel pelas companhias aéreas, os que tinham a intenção de participar na missão Boas vindas à Palestina dos que nada tinham a ver, o governo israelita,habituado aos “danos colaterais” decidiu pelos vistos colocá-los todos a granel na lista negra. Pelo menos duas pessoas não envolvidas na missão e com a intenção de passar uma temporada em Israel informaram-nos na quinta-feira. […]
Traduzido de : CAPJPO-EuroPalestine, 13.4.2012

Carcereiros, cárceres e encarcerados.Alertas contra a escalada do abuso do poder



Iniciativa do GIP – Grupo de Intervenção nas Prisões(intervencaoprisoes.org)

Organizada por António Pedro Dores e Guya Accornero

Apoio CIES-IUL e Fundação da Ciência e Tecnologia / MECT

4º sessão, sexta-feira, 20 de Abril 2012, 18:30-20:30
Auditório B204 Edif 2do ISCTE-IUL

Parte IV Globalização, crime e prisão

Maria João Guia, “Crime,imigrantes e estigmas”

José Ángel Brandariz, “A prisão como dupla pena: imigrantesnas cadeias”

Mumia Abu-Jamal: O Big Brother está «legalizado» nos EUA


Após quase 30 anos no corredor da morte, e depois de ter sido retirado do Corredor da Morte para junto da população prisional comum em Janeiro deste ano, o jornalista e activista negro norte-americano, ex-membro do Partido dos Panteras Negras, Mumia Abu-Jamal deu a sua primeira entrevista televisiva a 10 de Abril à jornalista Anastasia Churkina, do canal RT (ver link para a gravação em http://cma-j.blogspot.pt/2012/04/big-brother-legalizado-nos-eua.html). Eis alguns excertos dessa entrevista.

RT – Se não estivesses atrás das grades e pudesses estar em qualquer lugar do mundo, onde estarias e que estarias a fazer?

Mumia Abu-Jamal - Desde muito novo que sou o que se pode chamar de um internacionalista. Faço-o, prestando atenção ao que acontece noutras partes do mundo. Como internacionalista, penso na vida que vivem outras pessoas pelo mundo fora. Claro que, como afro-americano, adoraria passar algum tempo nalgumas partes de África. Mas na verdade tenho muitos amigos e entes queridos em França. Eu realmente gostaria de levar a minha famí­lia, a minha esposa e as crianças a verem a nossa rua em Paris.

RT - Estando atrás das grades, parece que estás a assistir às questões mundiais com mais proximidade do que grande parte das pessoas que estão livres para andarem pelas ruas. Qual o evento dos últimos 30 anos em que gostarias de ter partisicpado, caso pudesses?

MAJ - Acho que o primeiro seria provavelmente ter estado no movimento anti-apartheid na Ãfrica do Sul. Porque lógicamente, para além de ser sul-africano, também foi global, porque era a supremacia branca versus a liberdade e dignidade do povo africano. Então, a África do Sul seria lógicamente a primeira escolha. Mas onde quer que o povo esteja a lutar pela liberdade, ganha a atenção dos meus olhos e move a minha paixão.

RT - Fazes 56 anos no fim do mês, o que significa que passastes mais da metade de tua vida atrás das grades. A maioria das pessoas nem sequer consegue imaginar isso. Como foi isso? De que forma te modificou?

MAJ - De facto, perdi grande parte da minha vida, a maior percentagem dela, no corredor da morte. E como não poderia deixar de ser, isso teve um efeito profundo na minha consciência e na forma como via e interagia com o mundo. Eu gosto de dizer a mim mesmo que passei muito tempo para além das grades, noutros paí­ses e noutras partes do mundo. Porque o fiz mentalmente. Mas o mental apenas te pode levar para longe. A verdade é que passei a maior parte dos anos da minha vida no corredor da morte. Então, de diversas formas, ainda nos dias de hoje, na minha mente, se não de facto, continuo no corredor da morte.

RT - A tua história de vida tornou-se num si­mbolo para muita gente, vítima de um sistema judicial falido. Tu, pessoalmente, tens alguma fé num sistema judicial justo e livre, tendo em conta que a tua vida tem sido tão afectada por isso?

MAJ - Quando eu era um adolescente nos Panteras Negras, lembro-me de ir para o centro de Manhattan num protesto contra o encarceramento, a prisão polí­tica e as ameaças que Angela Davis enfrentava... Quando Davis atacava o sistema prisional, ela falava de talvez 250 000 ou 300 000 pessoas presas em todos os Estados Unidos como um problema a tratar, uma crise, uma situação que se abeirava do fascismo. Passados 30 a 40 anos, no presente, existem hoje mais de 300 000 prisioneiros só na Califórnia, um estado em cinquenta. O numero de presos na Califórnia ultrapassa a França, Bélgica e Inglaterra – posso citar o nome de 4 ou 5 paí­ses juntos.

Não podíamos perceber nessa época no que se tornaria o futuro. É monstruoso quando realmente se vê o que está a acontecer hoje. Pode-se falar literalmente de milhares de pessoas encarceradas pelo actual complexo prisional-industrial: homens, mulheres e crianças. Este ní­vel de encarceramento em massa, na realidade repressão em massa, tem um impacto imenso sobre as outras comunidades, não apenas entre as famlias, mas numa forma de consciência social e comunal e na inculcação do medo durante gerações inteiras. Está num ni­vel e numa profundidade que muitos de nós não conegue sequer sonhar nos dias de hoje.

RT - Falas sobre muitos assuntos sociais e económicos importantes na tua obra. Qual è o teu sonho para hoje? Se pudesses ver um desses aspectos modificados, qual escolherias? O que desejas poder ver acontecer nos Estados Unidos?

MAJ - Nunca há uma única coisa... devido ao sistema de interligação e porque uma parte do sistema causa impacto noutra parte do sistema, e ainda devido ao que Antonio Gramsci chamou de hegemonia do sistema ideológico que causa impacto noutras partes do sistema. Não poderás mudar uma coisa que terá impacto em todas as outras. Esta è uma das lições dos anos 60, porque o movimento pelos direitos civis falava em integração e mudança nas escolas. A verdade è que olhamos para a vasta maioria das crianças negras pobres da classe operária nas escolas norte-americanas de hoje, e elas vivem e passam as suas horas e os seus dias no sistema, tão profundamente segregadas quanto os seus avós, mas não segregadas apenas pela raça, segregadas pela raça e pela classe.

As escolas que os meus netos frequentam são piores que as escolas que frequentei na minha infância e adolescência. Isto è uma condenação do sistema, mas porque as gerações anteriores se concentraram apenas numa coisa ou num lado do problema, o problema realmente tornou-se cada vez pior. E embora haja muita retórica sobre as escolas, as escolas norte-americanas são uma tragédia.

RT - Fostes referenciado pelo FBI aos quatorze anos. Agora, com leis como a NDAA a ser implementadas nos Estados Unidos, sempre que as pessoas são vigiadas e detidas, isso tornou-se mais fácil que nunca. Achas que o «Big Brother» mostrou oficialmente a sua face neste paí­s?

MAJ - Se olharmos para trás, fica claro que o FBI, os seus dirigentes e agentes sabiam que tudo o que faziam era ilegal. Os agentes do FBI foram ensinados e treinados a invadir lugares, a fazer o que eles chamavam de black bag jobs e esse tipo de coisas, a como cometerem crimes. E também lhes diziam: é melhor fazeres isso sem seres apanhado, porque se fores apamhado vais para a cadeia e nós agiremos como se não te conhecêssemos, ficarás por tua conta. O que tem acontecido nos últimos vinte ou trinta anos não é apenas a NDAA, mas sim o tão proclamado Patriot Act que tem legalizado tudo o que foi ilegal entre os anos 50 e 70. Eles legalizaram as mesmas coisas que os agentes e administrativos do FBI sabiam ser crime na época. Isto significa que eles podem ter acesso à tua correspondência, certamente podem ler e-mails, escutam os telefones, fazem tudo isso. Fazem-no em nome da segurança nacional. O que estamos a viver hoje è um estado de segurança nacional onde o Grande Irmão está legalizado e racionalizado.

RT – Tens descrito os polí­ticos como prostitutas de fato, desculpando-te perante as prostitutas honestas. Em época de eleições nos Estados Unidos, gostaria de perguntar em quem as pessoas deveriam confiar, em quem votarias?

MAJ - Em ninguém. Não vejo ninguém em quem possa votar hoje em sã consciência. Porque a maior parte das pessoas que estão ali são de dois partidos polí­ticos maioritários e tudo o que ouço è uma forma de loucura - um desejo de regresso aos dias de juventude dos anos 50 ou então falam sobre a perpetuação do império norte-americano, o imperialismo. O que há para votar? Quantas pessoas vão conscientemente ás urnas votar pelo imperialismo, por mais guerra ou para que o seu filho ou filha, pai ou mãe, se tornem membros das forças armadas e assassinos em massa?

RT - Pareces ter aprovado o movimento Occupy Wall Street que surgiu este ano nos Estados Unidos. É este tipo de revolta que achas que poderia mudar a América e fazer bem aos Estados Unidos?

MAJ - Penso que è o começo desse tipo de revolta. Porque tem de ser mais profundo, tem de ser mais amplo, tem de visar as questões que estão a tocar as vidas das pessoas pobres da classe operária... È um bom começo, apenas desejaria que fosse maior e mais radical.

RT - És a voz dos sem voz. Qual è a mensagem para os teus apoianteses agora, para aqueles que te estão a ouvir?

MAJ - Organizem, organizem, organizem. Amo-vos a todos. Obrigado por lutarem por mim e vamos lutar juntos pela liberdade.

Refuseniks israelitas apelam ao boicote a Israel



Por que apoiamos o boicote a Israel : Noam Gur e Alon Gurman,refuseniks israelitas, explicam a sua posição .

« A nossa dificuldade em reconhecer a realidade complexa da Palestina e de Israel vem da dificuldade que temos em reconhecer que há crimes que são cometidos em nosso nome, todos os dias, e isto, porque somos cidadãos israelitas ».

Nascemos cidadãos israelitas e por isso decidiu-se que devíamos carregar o peso do financiamento da ocupação. Ao longo do tempo, acabámos por compreender que enquanto esses crimes durarem eles serão cometidos em nosso nome e às nossas custas.

Por essa razão, chegámos à conclusão de que devíamos orientar os nossos esforços para por fim a esta situação, em vez de nos fecharmos em sentimentos fúteis
de culpabilidade e de vergonha. Enquanto cidadãos de Israel (e enquanto judeus), foi-nos pedido que participássemos na ocupação – para além do nosso apoio financeiro –, juntando-nos ao exército israelita. Quando percebemos que ao juntarmo-nos ao exército israelita estávamos a apoiar a ocupação criminosa e a negação dos direitos fundamentais, individuais e colectivos, da nação palestiniana, decidimos tomar posição, publicamente, e recusar a ocupação e o apartheid israelita.

Pode pensar-se sensatamente que, devido a essa decisão,seremos postos na cadeia durante alguns meses antes de sermos finalmente libertados da obrigação do serviço militar. É o preço que escolhemos pagar para chegarmos ao fim do status quo no qual, a título pessoal, cooperamos com os crimes cometidos pelo Estado de Israel. A nossa recusa não acabará com a ocupação e o apartheid continuará provavelmente a prosperar, mas podemos conseguir sacudir um pouco o sistema e juntar a nossa crítica ao discurso público.

Mas não são apenas os israelitas que participam - activamente ou passivamente na ocupação e nos crimes de guerra levados a cabo por Israel. Organizações potentes,
com grandes interesses, alimentam a ocupação enviando dinheiro e dando o seu apoio político às acções de Israel; há empresas, negociantes de armas, organizações
políticas extremistas e fanáticos vindos da América, da Europa e de outros lados. É com tristeza que dizemos que as administrações US continuam também a financiar os crimes de guerra de Israel. Mas nós podemos agir, juntos, pelo mundo fora, condenando o financiamento e a legitimação do governo de Israel e,no fim de contas, podemos chegar a por fim ao apoio internacional da sua política.

Enquanto comunidade, podemos conseguir acabar com a normalização da ocupação. Cabe a cada um de nós, evidentemente, escolher a melhor maneira de combater os crimes de Israel – mas neste momento, a política palestiniana deseja seguir o BDS – Boicote, Desinvestimentos e Sanções – dirigido contra as empresas e as instituições
israelitas. O BDS é fruto de um apelo dos palestinianos, publicado em 2005,
que se tornou o instrumento central da luta não violenta contra as violações israelitas dos direitos humanos.

Como dissemos acima, este movimento visa três objectivos com a sua luta não
violenta :a promoção do direito ao regresso dos refugiados palestinianos, o
fim da ocupação dos territórios palestinianos ocupados, e o fim da discriminação contra os palestinianos que vivem em Israel.

Ver-se livre de uma ocupação faz parte de um processo delicado, complexo e de múltiplos aspectos, mas devemos todos participar nesse derrubamento. Nós, Noam e Alon, escolhemos, para nos vermos livres da ocupação, declarar publicamente a nossa recusa de servir no exército e ao mesmo tempo militar e
apoiar o apelo palestiniano para o BDS.

Os cidadãos do mundo que têm a possibilidade de boicotar Israel devem reflectir sobre este apelo palestiniano e tentar juntar-se a ele – cada um de nós no seio da sua própria comunidade, no melhor da nossa competência – e não acreditar que uma condenação passiva da política de apartheid israelita possa ser suficiente. Devemos, pelo contrário, optar pela acção para por fim aos crimes
de Israel”.

Publicado por : http://www.info-palestine.net/artic...

Pressionemos a UE e os deputados portugueses no PE



A partir do dia 24 de Abril e até à segunda quinzena de Maio, o Parlamento Europeu irá decidir se aceita ou rejeita mais um acordo económico entre Israel e a União Europeia.

Convidamo-vos a escrever ao dois membros portugueses do comité de voto, de forma a convencê-los a recusar este acordo:
mario.david@europarl.europa.euanamaria.gomes@europarl.europa.eu
Segue abaixo o texto das cartas que o Comité de Solidariedade com a Palestina enviou a todos os deputados portugueses do Parlamento Europeu e que vos podem servir de modelo.

Contra o Agreement
on Conformity Assessment and Acceptance of Industrial Products (ACAA)
entre a União Europeia e Israel:

O ACAA estabelece uma cooperação económica entre a União Europeia e Israel. A adopção do ACAA contribuiria para a eliminação de barreiras técnicas ao comércio e aumentaria desse modo a acessibilidade dos mercados europeus a Israel e vice-versa, beneficiando as empresas israelitas, muitas delas conhecidas por exercerem actividades lucrativas nos colonatos,considerados pela União Europeia e pela ONU como uma violação da lei internacional.

A comissão do Parlamento Europeu encarregada de discutir este acordo decidiu congelar a discussão em 2010, na sequência do ataque israelita à Flotilha da Liberdade. Acontece que as razões para este congelamento permanecem enquanto Israel não suspender a expansão dos colonatos e as incursões na faixa de Gaza que diariamente atingem numerosos civis - homens, mulheres e crianças.

A “Joint Communication to the European Parliament and the Council on Human Rights and Democracy at the Heart of EU External Action”,recentemente apresentada por Catherine Ashton, estipula que “a agenda do comércio e dos direitos humanos da UE tem de ser coerente, transparente,previsível, realizável e efectiva”. Ora, as posições da UE sobre o Médio Oriente têm sido claras – tanto em relação a Gaza e aos apelos reiterados para que o bloqueio seja levantado, como em relação à Cisjordânia e à ilegalidade dos colonatos, que a UE considera como um obstáculo à paz.

Por outro lado, nos últimos meses, três relatórios internos da EU tornados públicos descrevem toda a espécie de violações dos direitos humanos cometidas por Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Neste contexto, a política coerente em relação a Israel só pode ser a rejeição do ACAA ou de qualquer outro acordo que beneficie Israel ou as suas indústrias. O Parlamento Europeu tem o poder de bloquear este acordo.

Ciclo de Cinema Cubano

Mostra de cinema cubano com filmes de vários géneros que nos transportam para o imaginário das caraíbas.

Uma oportunidade de ver e rever algumas das obras que raramente passam no circuito commercial
(com exposiçao de cartazes de filmes cubanos).

Dia 13 de Abril – 18h30Vampiros em Havana
Dia 14 de Abril -18h30A bela do Alhambra
Dia 15 de Abril – 18h30Hello Hemingway


No Centro Cultural de Carnide
(Rua do Rio Cavado – Carnide)

Argentina - Primeiro Encontro Mapuche sobre Conflitos Ambientais




Nós, participantes do Primeiro Encontro da Nação Mapuche sobre Conflitos Ambientais: comunidades e organizações mapuches; organizações sociais; coletivos comunicacionais e companheiros e companheiras solidárias e comprometidos com a preservação da vida, reunidos no território recuperado Lof Pillan Mawiza durante os dias 17, 18 e 19 de fevereiro de 2012; reafirmando nosso direito a ser e viver como as pessoas da terra, temos analisado ao sistema wingka em todas as suas expressões e entendemos que:

•O planeta está em risco devido á lógica da cultura dominante que despreza a visão cósmica dos povos originários sobre todos os elementos da vida. No sistema de pu newen tudo está entrelaçado, tudo se inter-relaciona, tudo se nutre.

Portanto, consideramos que:
•Esta é uma crise civilizatória. Enquanto a sociedade não questionar nem interpelar seu modo de viver, baseado na visão homocentrista, materialista, individualista, consumista e patriarcal, o sistema capitalista seguirá se fortalecendo, gerando assim o desaparecimento de ecossistemas e diversidade cultural, ademais do deslocamento de comunidade que levam os povos originários e camponeses a converter-se em refugiados ambientais.

•É oportuno, necessário e imprescindível colocar em diálogo nosso saber ancestral com os trabalhadores, estudantes, ambientalistas e vizinhos autoconvocados, e com toda mulher e todo homem que anseia mudar este sistema depredador.

Denunciamos que:
•A contaminação, o saque, a devastação e a fome, são alguns dos tantos custos que nestes duzentos anos de conformação dos estados invasores, os povos originários viemos padecendo, e que hoje não só nos afeta, como também se estende a todos os povos oprimidos do mundo.

•Com a desculpa do progresso e desenvolvimento se tem cometido genocídios, ecocídios e etnocídios. Portanto, o paradigma do progresso deve ser questionado. Em nome deste paradigma, o único que progrediu é a morte; nós queremos progredir a vida.

Por todo expressado, declaramos que:
Nos opomos de maneira contundente ao avanço das mega estrativistas de minas, as petroleiras, as florestais, as sojeiras, as represas e todo aquele empreendimento que atente contra a vida.

Repudiamos e exigimos a imediata revogação da Lei Antiterrorista que pretende silenciar e criminalizar as vozes dos povos afetados que defendem seu território.

Solidarizamos-nos com todos os presos e presas políticas, não só nossos pu weichafe mapuche, mas também todos aqueles comprometidos na luta por um mundo melhor, que padecem com a repressão e o encarceramento. Exigimos também a imediata libertação de todos e todas e cada um deles.

Denunciamos a mentira criada por aqueles que detêm o poder de que a única alternativa de desenvolvimento é este modelo.

Os povos originários, durante milhares de anos, temos levado adiante modelos de desenvolvimento em harmonia com a natureza, acreditamos que é possível aplicar estes saberes ancestrais na sociedade atual para gerar uma tecnologia em favor do ambiente, uma política energética alternativa e uma educação pensada em um novo sistema de valores que coloque as diversas forças da natureza no mesmo plano de horizontalidade com o ser humano, para assim alcançar a arte de habitar.

Hoje estamos comprometidos em difundir e construir juntos com todos um mundo possível e melhor.

Convocamos a toda a sociedade a despertar-se, mobilizar-se, solidarizar-se e reagir pela defesa da vida.

Desde Puel Willi Mapu
Por território, justiça e liberdade!
Marici Wew!
Corcovado-Chubut-Patagônia-Argentina
Domingo, 19 de fevereiro de 2012.

PRESOS POLÍTICOS PALESTINOS NAS PRISÕES ISRAELITAS



"Cerca de 4500 palestinos, entre os quais centenas de crianças, estão detidos em
prisões israelitas, muitos deles sem julgamento ou culpa formada. Desde o início
da ocupação, em 1967, mais de 800.00 palestinos foram vítimas de detenção.

Israel ignora os direitos dos prisioneiros consignados nas Convenções de Genebra
e recorre frequentemente a diversas formas de tortura. Mais de 80% dos presos
palestinos que são libertados sofrem de desordem pós-traumática e mais de 40%
sofrem de depressão, sendo a sua reabilitação mais um dos desafios que a sociedade palestina tem que enfrentar. A questão dos presos palestinos não tem feito parte da agenda política das negociações de paz. Neste contexto, é essencial o papel da sociedade civil e do movimento de solidariedade internacionalista com a Palestina e a experiência portuguesa de luta antifascista e de solidariedade com os presos políticos é muito relevante.

O MPPM promove um debate subordinado ao tema “Presos Políticos Palestinos nas Prisões Israelitas e o Papel da Sociedade Civil: a Experiência Portuguesa” na terça feira, 17 de abril, pelas 18.30 horas, na Livraria Círculo das Letras (Rua Augusto Gil, 15 B (Campo Pequeno), Lisboa), com a participação de Mufeed Shami (Embaixador da Palestina em Portugal), Frei Bento Domingues (Vice-Presidente MPPM e antigo membro da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos), Silas Cerqueira
(Direção Nacional do MPPM) e Aurélio Santos (Conselho Nacional da URAP – União de
Resistentes Antifascistas Portugueses).

A Direção Nacional do MPPM "

Ainda a greve dos presos do Linhó



"Não foi motim, mas rebelião a palavra escolhida para designar oficialmente o abuso de poder e da violência para corrigir colectivamente o comportamento dos grevistas da ala b da cadeia do Linhó. Segundo a sucinta versão oficial, teria havido 3 feridos reclusos causados pela violência dos guardas especiais ao serviço da direcção geral.

Como escrevemos uma vez aos deputados da 1ª Comissão da AR, a experiência ensinou-nos que as inspecções aos serviços prisionais estão condicionadas, de forma a impedir a emergência aos olhos do Estado e do público dos casos de violência e maus tratos ocorridos nos estabelecimentos prisionais. Ora aqui está uma oportunidade para que arealidade nos pudesse desmentir, como gostaríamos que acontecesse.

Está disponível para inspecção um caso de uma greve ao trabalho reprimida por racha presidiários, quando ficou claro, por um lado, a determinação dos reclusos em vincar as suas queixas antigas e não atendidas com uma posição colectiva e, por outro, a incapacidade da direcção da cadeia de mobilizar os recursos de ordem – provavelmente por estes estarem esgotados pela ilegitimidade dos meios de orientação da instituição, de que rezam também as queixas dos presos. Independentemente do crime que nos parece poder ter sido cometido na quinta-feira santa, e que esperamos que o Ministério Público possa apreciar à luz da lei, as irregularidades administrativas implicadas deveriam ser estudadas e avaliadas,para que práticas deploráveis como aquelas que uma vez mais foram utilizadas pelos serviços prisionais possam cessar.

Quantos feridos foram atendidos na enfermaria da cadeia nesse dia e que destino lhes foi dado? Que tipo deferimentos foram observados e quais as suas possíveis causas? O que justificou a transferência de presos ocorrida nesse dia, ou melhor, como foram seleccionados os presos para serem assim castigados (foram os que estavam feridos ou outros?) e que consequências tal medida veio a revelar (por exemplo,dificuldade de visitas de familiares, interrupção de tratamentos, etc.)? Como se justificaram oficialmente os castigos dos presos a quem foram aplicados, na sequência de terem sido batidos e mordidos e baleados? Quantos presos foram castigados nestas circunstâncias? Tudo isto parece informação fácil de obter e sumarizar.

Interessante também, seria compreender o que aconteceu de facto naquele dia, nomeadamente que meios de ordem foram usados pelos serviços da cadeia para lidar com a greve dos reclusos e o que tornou esse dia diferente dos outros dias anteriores de greve, em quenão houve incidentes?

A ACED pede a quem de direito que proceda de acordo com as respectivas competências e tendo como horizonte odireito, nomeadamente a igualdade formal de direitos dos presos relativamente aos outros cidadãos (com as limitações óbvias) e os esforços legislativos recentes mas explícitos para favorecer as possibilidades de produção de queixas formulados pelos presos junto de entidades idóneas e capazes de atender ao que houver para atender.

Justiça para Trayvon Martin!


No 1 de Maio a Coaligação para os Direitos do trabalhador e Imigrante pede a prisão e punição do assassino de Trayvon Martin, jovem de 17 anos em Sanford, Flórida Condenamos a guerra contra o juventude negra tipificado pelo assassinato do jovem, que foi para uma loja para comprar doces para seu irmão mais novo. O seu carrasco, George Zimmerman, ouviu no telefone resmungando um epíteto racista como ele matou o jovem, que se justifica o seu assassinato dos jovens, invocando a chamada da Flórida lei de auto-defesa - ". Stand Your Ground" conhecido pela polícia disse-lhe para deixar os jovens sozinhos, mas ele perseguia Trayvon Martin, agarrando-o, enquanto o jovem gritou por sua vida, Zimmerman friamente atirou no jovem no peito. Zimmerman disse Martin parecia suspeito porque ele estava usando um capuz. Ainda assim, um mês após o assassinato, Zimmerman continua a ser livre.

Novas leis na Flórida e em dezenove outros estados permitem vigilantes para matar pessoas que pensam que são "suspeitos". A esmagadora maioria de tais assassinatos, 65 na Flórida no ano passado, foram de pessoas de cor negra. Os tempos de Tampa Bay considerou que "homicídios justificáveis" triplicaram no estado desde que a lei entrou em vigor. Sanford polícia já foram citados para não prender os racistas que agridem pessoas negras.

Existem lacunas enormes entre ricos e pobres em os EUA. Africo-americanos e latinos / as possuem apenas um vigésimo da riqueza dos brancos. Negros e latinos / um jovem tem as maiores taxas de desemprego e os salários são mais baixos de todos os trabalhadores. Os EUA, com seis por cento da população mundial, tem 25 por cento da população mundial prisão. É, principalmente, pessoas de cor que se encontram encarceradas. Isso é chamado de "The New Jim Crow".

Na Flórida e outros estados, o sistema capitalista nega milhões de homens negros que cumpriu pena de prisão decente remunerados empregos, educação, saúde ... e ao voto. This is another way of keeping people powerless. Essa é outra maneira de manter as pessoas impotentes. Os encarcerados na prisão são forçados a trabalhar por salários de miséria: um dólar ou menos uma hora.

Os EUA foi construída sobre o roubo de terras de povos nativos e México, 350 anos de escravidão dos africanos, e um racista, Jim sistema Crow. Hoje, se o seu assassinato por um policial ou uma bala de vigilante, uma guerra sangrenta em Africano-Americano juvenil é escalada como os capitalistas piora da crise econômica. Estados eo governo federal têm simultaneamente declarou guerra aos imigrantes. Um milhão foram deportados e outros milhares encarcerados nos últimos quatro anos. Tudo sobre os EUA, a polícia juventude perfil racial Preto, Latino / a e nativo. O Departamento de Segurança Interna liderar o ataque a muçulmanos. E estados já aprovaram leis 92 no ano passado contra os direitos das mulheres à saúde. Enquanto isso, a prisão da polícia, tase, spray de pimenta e bata desempregados e endividados Ocupar os jovens do Movimento, que são principalmente branco.

Reacionários racistas estão tentando destruir os ganhos conquistados pelos progressistas lutas de massas, de direitos dos trabalhadores para os direitos civis. 1 de Maio de Coalizão para os Direitos do trabalhador e Imigrante vê isso como um momento de unidade e fightback. No Union Square, "Um milhão de camisas de Março" tiveram lugar em 21 de março contra o assassinato de Martin Trayvon, que trouxe milhares de pessoas raivosas. Esta raiva continua a crescer rapidamente em todo o país cada Zimmerman dia é livre. Um "Dia Nacional Hoodie" teve lugar em 26 de março - o aniversário de um mês do assassinato de Martin. Em 10 de abril, dia em que uma Florida júri reúne-se o caso de Martin, um Dia Internacional de Justiça 4 protestos Trayvon Martin estão sendo chamados. Em 1 de maio na Union Square, novamente nós temos que ficar juntos. Preto e marrom e branco, trabalhadores e desempregados, e documentada e não documentada, pedindo o fim do racismo e da repressão.

Justiça para Trayvon Martin! Ramarley Graham! Sean Bell! Sean

Protesto na Embaixada dos Estados Unidos em Berlim pede a libertação de Mumia Abu-Jamal

Com uma faixa de 700 metros e muito frio, neste sábado, 7 de abril, aproximadamente 600 pessoas cercaram a Embaixada dos Estados Unidos em Berlim para pedir a libertação de Mumia Abu-Jamal. Os manifestantes também pediram a abolição da pena de morte e protestaram contra o encarceramento em massa nos Estados Unidos.

Durante vários meses, activistas e defensores do jornalista afro-americano Mumia Abu-Jamal realizaram eventos de informativos sobre o seu caso em todo o país, onde diversas pessoas tiveram a oportunidade de pintar pequenas faixas como um sinal de seu protesto. Foram criadas diferentes faixas em mais de 20 lí­nguas e expostas nesta manifestação.

Em 24 de abril, no 58º aniversário de Mumia Abu-Jamal, realizar-se-á a ocupação do Departamento de Justiça em Washington DC, nos Estados Unidos, e outros actos solidários por todo o mundo.

Inquérito às práticas carcerárias na cadeia do Linhó



"Desde o mês passado a ACED tem servido de transmissor para as autoridades competentes das reivindicações dos presos em greve na cadeia do Linhó por se queixarem da situação insustentável que se vivia naquele estabelecimento – incluindo no capítulo da insegurança pessoal – e da indiferença ou incapacidade da direcção para pugnar para alguma reposição da normalidade. Os grevistas traduziram as suas preocupações em vários pontos, alguns deles centrados no respeito dos seus direitos consagrados internacionalmente sob a designação de Direitos Humanos, outros centrados na gestão do próprio estabelecimento.

As razões de protesto e greve são conhecidas mas não será de mais repeti-las:

1. Especulação com os preços dos produtos alimentares e de higiene que – no quadro da proibição da respectiva encomenda e entrega através das visitas - são mais caros no fornecimento interno do que nos estabelecimentos comerciais (era preciso ver quem lucra com isso e a quanto ascendem esses lucros)

2. Falta de segurança perante a agressão de outros presos (era preciso ver se entre essas agressões não há encomendas do próprio funcionalismo prisional)

3. Espancamentos nocturnos de presos pela guarda, a pretexto de rusgas de segurança

4. Ultraje moral às visitas que são (sem fundamento conhecido) arbitrariamente sujeitas a revistas por desnudamento,incluindo a prática do por toque vaginal

5. Eliminação dos livros de reclamações e ausência de tramitação conhecida de quaisquer queixas (e a objectiva inviabilização das queixas sempre propiciaria a exasperação das tensões)

As sentenças condenatórias fixam apenas a perda de liberdade ambulatória e por nenhum modo decretam castigos corporais, ultrajes pessoais aos visitantes, ou exploração económica ilícita da situação de reclusão.

Os reclusos fizeram portanto greve e a força de choque das prisões foi-lhes atiçada, intervindo aos tiros, sob pretexto de não estarem a obedecer a uma “ordem” de recolha às celas dada por altifalante (sem identificação possível de quem a estaria dando), ordem contrária à prática e horário habituais (e regulamentares) estando os reclusos no pátio à hora em que ali deviam estar.

O que pode justificar a brutal intervenção? Que fizeram os grevistas? A quem? Como? E que incidentes ocorreram no terceiro dia e não no primeiro ou no segundo? Foram os presos ou a guarda quem os desencadeou? O que explica a força de choque entrar com cães a morder, espancando e disparando, ferindo com gravidade alguns reclusos, que, em consequência,tiveram de ser hospitalizados e lesionando outros por modo que entenderam poder ignorar e esses não foram levados a exame e tratamento hospitalar?

Verificaram-se transferências arbitrárias de reclusos para outros estabelecimentos. E “os cabecilhas”, comonlhes chama a guarda, continuam por identificar.

É portanto patente que a intervenção da força de choque se fez com o objectivo alcance de repor a submissão à especulação indiciada, aos espancamentos, ao ultraje à integridade moral das visitas e ao silenciamento das queixas imposto pelo desaparecimento dos livros de reclamações.

A confirmar a intencionalidade de tal tratamento humilhante e degradante há a acrescentar a punição colectiva através da alimentação, já que as refeições de sexta feira da Paixão e sábado de Páscoa,foram servidas estragadas uma – o arroz de pato estava azedo – e salgada a outra. Na manhã de Domingo de Páscoa o pão foi servido duro de véspera.

Trata-se portanto de violência e maus tratos como retaliação por uma reivindicação de direitos legalmente positivados. E uma tal retaliação tem uma tipificação penal muito precisa. Como de resto é também o caso do conjunto de crimes indiciados a que os reclusos reagiam por greve pacífica.

Sublinha-se, por último, que os reclusos estão desde quinta-feira sem acesso à assistência jurídica por advogado tendo, ontem mesmo, pelas 15h30m sido impedida a visita de advogado sob informação de que “só com autorização da Direcção Geral”, assim se verificando que os reclusos estão sem assistência jurídica há três dias e por tempo indeterminado.

À cautela - e em face de mais essa anomalia - desde já fica arguida a nulidade de quaisquer interrogatórios sem defensor e requerido o exame médico a qualquer interrogado que o pretenda.

Conhecendo estes factos por relatos que chegaram à ACED, é nossa obrigação fazê-los chegar ao Ministério Público para que actue em conformidade com as suas obrigações legais. É o que se faz através deste ofício. "

Rescaldo da Greve na Prisão de Linhó termina com 3 presos feridos

A intervensão dos guardas prisionais para terminar com a greve dos presos ao trabalho, terminou com três presos feridos e todo um conjunto de acções condenatórias.
António Pedro Dores, Presidente da Direcção da ACED, em entrevista à TVI aprofunda este tema tal como as causas que o originaram .

http://www.tvi.iol.pt/noticia/aa---videos---sociedade/linho-pedro-dores-rebeliao-tvi24-prisao-cadeia/1339051-5795.html

"Otan Game Over": Acção Antimilitarista em Bruxelas

483 pessoas foram presas durante esta acçãoo, em que mais de quinhentas pessoas, originários de 10 paí­ses europeus, participaram. Esta acção visava entrar no terreno da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e realizar um encerramento simbólico. Uma aliança militar que faz guerra em todo o mundo, que implanta armas nucleares e está disposta a ser a primeira a tomar a iniciativa de atacar, sendo a principal ameaça e perigo para a paz mundial.
Em 20 e 21 de maio, os chefes de Estado e de Governo dos paí­ses membros da NATO vão reunir-se em Chicago.
Esta acção não-violenta envia uma mensagem clara para a conferência: a NATO cria mais problemas do que soluçõeses, €“ dissolução£o já !.

"Otan Game Over" tratou-se de um acto de desobediência civil. Os grupos de acção directa, não-violentos entraram nas áreas da NATO, cometendo um delito menor, em nome dos valores superiores da paz, entendida não apenas como ausência de guerra, mas como a construção de um mundo mais justo. Para isso, organizações vindas da Alemanha, Holanda, França, Reino Unido, Finlândia, Suécia, Turquia, Itália, Portugal e Espanha juntaram-se com os ativistas belgas.

Exigimos:
A cessaçãoo das políticas de intervensão militar. Em Chicago, o Secretário Geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, quer dar prioridade à construção de um sistema de intervenção militar. Após mais de dez anos de guerra, a barbarie no Afeganistão mostra o fracasso desta metodologia. Na Lí­bia, a NATO usou a resolução da ONU [Organização das Nações Unidas] como uma desculpa para a mudança de regime. Um ano depois, a NATO deixa um paí­s fragmentado e dominado por milí­cias armadas.

O fim das armas nucleares. As armas nucleares não têm qualquer utilidade militar e há e há um amplo apoio público e polí­tico para a sua retirada. Em Chicago, a NATO deve abandonar suas próprias estratégias da Guerra Fria, contra producentes para o avaço da Não Proliferação.

A cessação do desenvolvimento de escudos antimí­ssil da NATO. Os Estados membros aprovaram o desenvolvimento de defesa antimí­ssil e se comprometem a pagar seu preço, sem qualquer debate público. O investimento de centenas de milhões de euros no escudo antimí­ssil servirá apenas para relançar a corrida armamentista mundial.

A acção deste 1.º de Abril faz parte da Campanha Otan Game Over, desenvolvida na Bélgica, com o apoio da Rede Antimilitarista Europeia. Visa destacar o debate sobre o papel da Nato, dos exércitos e das alternativas de defesa que estão sendo negadas pelos governos membros da Nato...




A frequência da passagem por Lisboa de vasos de guerra da NATO, é frequente, a foto regista a passagem deste navio no passado mês de Março, situação repetitiva e que devemos repudiar a presença de tropas assassinas ao serviços dos designios imperiais.

Prisão do Linhó , últimas

Nova nota da ACED sobre os desenvolvimentos da greve ao trabalho na cadeia do Linhó .

Os presos em greve no Linhó estão a ser informados de que terão de recolher às celas para lhes serem aplicados colectivamente castigos corporais, pelo facto de não terem acatado, porentenderem ser arbitrária e ilegítima, a ordem de recolher às celas para serem fechados, como forma de retaliação pelo facto de estarem em greve.

Esperamos que não se esteja a preparar mais um motim organizado pelos serviços prisionais para obrigar acalar os protestos contra a incúria de que os presos são vítimas.

Não è a lei que manda nas prisões ?

Nota da ACED a propósito das recentes ocorrências na prisão do Linhó

Greve ao trabalhona cadeia do Linhó (continuação)
Os grevistas da ala B da cadeiado Linhó, presos que trabalham e querem protestar por uma série de problemas que listaram e tornaram públicos através da ACED, voltaram à greve hoje, após uma semana de trabalho.

Os guardas que se colocaram contra os grevistas provocam, insistindo em encontrar os “cabecilhas que não se assumem”. Apelam ao espírito machista (“dos palhaços que não dão a cara”) para encontrarem os bodes expiatórios. Ameaçam com a intervenção do GISP e com o fecho das celas, sem que haja nenhuma desordem ou ameaça de violência (a não ser do lado da direcção) obrigando os reclusos a ficaram dentro delas durante todo o dia.

A ACED tem analisado o que se passa nas prisões portuguesas e concluiu que há uma sistemática quebra da linha de comando. Isto é, as ordens da direcção política que deviam governar o sistema prisional não são acatadas. Isso mesmo se volta a confirmar nesta actuação dos serviços prisionais.

O que se passa é que apesar da vontade da Assembleia da República ter sido expressa em lei própria e legítimano sentido de promover o acolhimento e tratamento das queixas dos reclusos – o que teve direito na altura a primeiras páginas na comunicação social – na prática o que se tem passado no Linhó tem sido o inverso. De que é prova suficiente o facto de se ter procedido recentemente à recolha dos livros de reclamação das alas onde estão os presos, sem nenhuma explicação, alegadamente substituindo um sistema que funciona universalmente no âmbito do Estado e das empresas por um outro arranjado para servir interesses que não se compreendem a não ser para fugir à transparência do sistema dos livros de reclamações.

Mais antiga é ainda a conduta da directora que tem por princípio a recusa ouvir pessoalmente os reclusos.

Por isso e pelo mais que não é fácil descrever para quem não vive o quotidiano prisional, as intenções do legislador– mais uma vez – não são apenas ignoradas mas são até invertidas.

O que está em causa nesta greve é o estado a que chegou a cadeia pela direcção danosa e ilegítima – por ser avessa à legalidade, no sentido que acabamos de explicar. Os grevistas chamam a atenção para isso e o que recebem em troca é uma caça às bruxas e chamados à violência. Atenção aos problemas mencionados publicamente é nenhuma, apesar dos reclusos terem aliviado a pressão durante a última semana. Nem a ACED nem os grevistas receberam sinais de abertura ao cumprimento da lei, isto é, atenção às reclamações.

Mas não deve ser a lei quem manda neste país?

A Direcção

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