CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Brutalidade policial numa prisão de Luanda


 
"No vídeo, de 5 minutos e 39 segundos, vê-se um grupo de reclusos, quase todos de calções, sentados no chão. Agentes da Polícia Nacional, guardas prisionais e membros do corpo de bombeiros retiram, à força, um homem de cada vez do grupo de reclusos e agridem-no com bastonadas e pontapés. A sessão de violência repete-se sucessivamente e os reclusos vão sendo agarrados à vez para serem agredidos.

Ouvem-se gargalhadas, apupos e palavras de incentivo por parte do grupo dos agressores. Várias vezes incitam: “Dá-lhe!”. As vítimas não oferecem resistência. Tentam proteger-se dos golpes e juntar-se aos outros reclusos. Em vários casos, o recluso é agarrado por uma perna, por um dos agentes, para o imobilizar, enquanto outros agressores o atacam.

As imagens de vídeo parecem ter sido capturadas por um elemento do grupo de agressores. É possível ver, nas imagens, um elemento da Polícia Nacional que também filma as agressões com um telemóvel.

No final do vídeo, terminada a sessão de violência policial, vêm-se vários reclusos ensanguentados. Um dos detidos aparenta ter desfalecido, enquanto outro queixa-se de ter um braço fracturado. Ouvem-se choros e gemidos e a voz de um preso que pede água.

A prática de tortura e os casos de violência policial são frequentes nas cadeias angolanas e no quotidiano. No entanto, este caso é particularmente chocante porque envolve a participação de bombeiros.

Nota-se, como agravante, o facto de nenhum agente, dos presentes, ter tentado impedir as agressões contra presos indefesos. No entanto, também é de louvar a coragem do indivíduo que filmou a barbaridade policial. Correu riscos e decidiu denunciar os abusos fazendo circular o vídeo nas redes sociais."

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