CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Espancamentos e maus tratos na prisão do Linhó

 
"Dia 7 de Janeiro 5 reclusos foram convidados a fazer o teste de consumo de haxixe. Dois acusaram presença da substância procurada. Os três a quem o teste deu negativo (Nelson n. 164, Hélder n.42 e Hugo n.32), foram visitados antes da abertura das celas de dia 8 para fazerem contra análise. O que provocou mal-estar. Recusaram-se a repetir o teste e pediram para falar com o Director, para exporem as suas razões. 4ª feira foi dia de visita e aproveitaram para pedir aos familiares para falar com o chefe. De onde não resultou nada, pois os familiares não sabiam o que se tinha passado e o chefe continuou a não aceder a ouvir os reclusos.
A história circulava e na hora de almoço os presos manifestaram solidariedade com os três que estavam a pedir para ser ouvidos. Concluíram que não aceitariam comer se não houvesse a garantia de o Chefe receber os reclusos para os ouvir. Como a garantia não chegou, não almoçaram e foram conduzidos às celas.  
Na sequência deste protesto os guardas foram buscar às celas e levaram para isolamento os três reclusos acima referidos (que não tiveram nenhuma iniciativa no refeitório, mas estavam no centro do conflito) e mais Marco n. 98, Carlos e outros dois presos, possivelmente escolhidos para exemplo para os outros reclusos. Um destes dois últimos, Luis n. 93, na circunstância de se sentir perseguido reclamou acesso à comunicação com a família e o advogado. Ficou sem acesso ao pátio desde as 13:00 de dia 9, depois de espancado e de lhe terem sido retirados os seus pertences (televisão, roupa e produtos de higiene). Encontra-se actualmente em greve de fome. Nenhum dos presos citados tem informação de que castigo lhes está a ser aplicado, de que são acusados e nenhum se atreve a perguntar seja o que for, perante o exemplo do tratamento dado ao Luis.
Certamente o conflito está longe de estar sanado. É natural que venhamos a ouvir sobre futuros desenvolvimentos. Talvez a versão oficial do caso possa a vir pôr cobro à tensão existente. Quanto à regularidade dos procedimentos, cabe a quem de direito averiguar."

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