CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

Fundo de pensões holandês boicota colonatos israelitas

"O fundo de pensões PGGM - o maior da Holanda e um dos maiores do mundo - anunciou a decisão de retirar de cinco bancos israelitas investimentos na ordem de algumas dezenas de milhões de euros. A decisão foi explicada pelo envolvimento dos bancos nas actividades dos colonatos.

Segundo notícia hoje publicada no diário israelita Haaretz, o PGGM tinha contactado os cinco bancos fazendo-lhes notar que a sua ligação aos colonatos criava um problema à luz do direito internacional. O PGGM invocou, concretamente, o veredicto de 2004 do Tribunal da Haia segundo o qual são ilegais os colonatos estabelecidos em território palestiniano ocupado. Invocou também o Artigo 49º da Quarta Convenção de Genebra, segundo o qual "a potência ocupante não pode deportar ou transferir partes da sua própria população civil para os territórios ocupados".Bancos boicotados pelo PGGM
Bank Hapoalim
Bank Leumi
Bank Mizrahi-Tefahot
1st International Bank of Israel
Israel Discount Bank
A isto responderam os bancos que a lei israelita não lhes permitiria discriminar os colonatos e que, de qualquer modo, a realidade económica impede a recusa de créditos aos ou a aceitação de depósitos dos colonatos.
Perante esta resposta, o PGGM anunciou a decisão de iniciar, a partir de 1 de janeiro de 2014 o desinvestimento nesses cinco bancos. Explicou a decisão com a estratégia de "responsabilidade social" que o grupo delineara recentemente para todos os seus investimentos.
O anunciado boicote aos cinco bancos, no valor de algums dezenas de milhões de euros, é visto em Israel como um golpe de dimensões relativamente modestas - à escala do país, e à escala dos 150.000 milhões de euros que o PGGM gere a nível mundial.
Já a dimensão política do boicote incomoda fortemente o Governo israelita. Segundo o Haaretz, juntam-se no anúncio do PGGM várias circunstâncias preocupantes. Por um lado, ele segue-se a uma série de outros boicotes holandeses. Um deles veio da companhia das águas holandesa, Vitens, contra companhia das águas israelita, Mekorot. Outro veio de uma empresa que cancelou o contrato com outra com a companhia de águas de Jerusalém, Hagihon, para construir uma estação de tratamento de águas residuais em território ocupado.
Mekorot, parceira da EPAL
Boicotada na Holanda pela Vitens, a Mekorot é parceira da homóloga de ambas em Portugal, a EPAL, num contrato que alegadamente terá como objecto a "segurança hídrica"
Por outro lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita encara com preocupação a série de boicotes holandeses, que dificilmente poderiam coincidir espntaneamente no tempo. Na raiz do movimento boicotista holandês, considera-se que só pode estar uma atitude favorecida ou influenciada politicamente, a partir do próprio Governo da Haia.
Enfim, considera-se em Israel, segundo o mesmo Haaretz, que é especialmente séria a decisão do PGGM, porque ela não aponta directamente aos colonatos, e sim a cinco entidades que têm relações com estes. Cria-se assim o precedente de penalizar também os vínculos directos ou indirectos com os colonatos, o que equivale a uma considerável ampliação das actividades sancionadas."
Blog RTP
 

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