CMA-J

Colectivo Mumia Abu-Jamal

15 de Maio - 67 Anos da Nakba


Os 67 anos da Nakba
É aqui a nossa Palestina !
 
Ziad Medoukh
 
15 de Maio de 1948-15 de Maio de 2015, já sessenta e sete anos, sessenta e sete anos decorridos desde que começou o drama dos Palestinianos, sessenta e sete anos de sofrimento e dor, de tragédia e de massacres para um povo digno, sessenta e sete anos desde o início desta injustiça imposta a um povo na sua própria terra, sessenta e sete anos de deportação de um povo para o substituir por um outro povo.
No entanto, foram sessenta e sete anos de resistência, de paciência, de determinação, de coragem e de perseverança para um povo sempre de pé,  um povo sempre ligado à sua terra e à sua Palestina, apesar de todas as medidas tomadas por esta ocupação ilegal, uma ocupação que se mantém e continua!
 
Os Palestinianos comemoram os sessenta e sete anos da catástrofe num contexto particular, marcado nomeadamente pela prossecução da ocupação e da colonização, pelo fracasso do processo de paz, pelo predomínio da extrema-direita na sociedade israelita, pela divisão interna e pela ausência de perspectivas para o futuro.     
Sessenta e sete anos, e as forces da ocupação violam os direitos mais fundamentais de um povo, sessenta e sete anos de política de apartheid, de discriminação e do terrorismo de Estado de Israel.
Em 67 ans, Israel aplicou todas as medidas desumanas ilegais contra os Palestinianos, deteve mais de um milhão, massacrou e assassinou milhares e ocupou todos os seus territórios.   .
O Estado de Israel criou o problema dos refugiados palestinianos que vivem em condições humanitárias terríveis nos países vizinhos e que sofrem permanentemente.  
O Estado de Israel é o único Estado que, com o patrocínio das grandes potências internacionais, nunca aplicou nenhuma resolução das Nações Unidas e tampouco os acordos de paz assinados.   
Em 67 anos, Israel foi sempre um Estado ilegal, um Estado fora da lei, um Estado de Apartheid, um Estado colonial, um Estado que considera os cidadãos árabes dos territórios de 1948 como cidadãos de segunda, um Estado que construiu um Muro da Vergonha na Cisjordânia, um Estado que impõe um bloqueio desumano à população civil de Gaza, um Estado que constrói todos os dias novos colonatos  nos Territórios, um Estado que rouba todos os dias os recursos naturais que pertencem aos Palestinianos.
Um Estado que continua a não ter fronteiras, um Estado que recusa todas as iniciativas de paz regionais e internacionais.  
Podemos citar muitos exemplos da história negra desta ocupação contra os Palestinianos: agressões diárias, massacres, deportações, crimes contra a Humanidade, crimes de guerra, a lista é longa, muito longa, demasiado longa.
O último crime israelita em massa contra os Palestinianos foi a última ofensiva militar contra a população civil da Faixa de Gaza no Verão de 2014.
67 anos de resistência notável de toda uma população que prossegue a sua luta para reconquistar a sua liberdade e viver na sua terra com dignidade.
Sessenta e sete anos depois, os Palestinianos interrogam-se: 67 anos de violação dos nossos direitos não bastam? Não terá chegado o momento de reagir e de impor a Israel a aplicação do direito internacional? Não será tempo de instaurar a justiça na Palestina? Será que os Palestinianos não têm o direito de viver, após tantos anos de sofrimento, num Estado livre e independente?
67 anos depois desta catástrofe, nós, Palestinianos, continuaremos a lutar e a sacrificar-nos pela nossa liberdade, sejam quais forem as medidas de apartheid e as formas de terrorismo de Estado praticadas. Estamos mais do que nunca determinados e temos uma mensagem a enviar ao mundo inteiro, uma mensagem clara e concreta. Continuamos a defender os princípios seguintes:
- Não, jamais esqueceremos a história negra desta ocupação ilegal e os seus diversos crimes contra a nossa população civil.
-Não, não sairemos daqui, continuaremos apegados à nossa terra. Não sairemos daqui. Aqui é a nossa terra, aqui é a nossa vida e aqui é a nossa Palestina!
-Sim, o direito de regresso é sagrado e todos os refugiados palestinianos devem poder voltar às suas cidades e às suas aldeias de origem.
-Sim, continuaremos a resistir de todas as formas, para que possamos viver em liberdade na nossa terra, nesta terra que se chama e chamará sempre Palestina.
- Sim, temos o direito de criar o nossos Estado livre e independente, tendo Jerusalém como capital.
-Sim, estamos dispostos a viver em paz, uma paz duradoura, mas uma paz que passe, antes de mais, pela justiça, pela aplicação do direito internacional, pelo fim da ocupação ilegal e pela consecução de todas as reivindicações legítimas do povo palestiniano. 
A luta continua! O combate prossegue! Por uma Palestina livre e por uma Palestina independente! Todos estamos convencidos de que a nossa liberdade se aproxima, se aproxima, se aproxima.
 
Artigo traduzido por Mizé

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